Quando jogava no Feirense as coisas não me estavam a correr bem e em Janeiro surgiu a hipótese de ir para o Leixões. E acabei por ir, porque queria ter mais oportunidades para jogar. Na altura o Leixões não estava muito bem, estava em zona de descida, e logo na primeira semana, no último treino antes do jogo, estávamos a treinar bolas paradas e de repente vejo 30 ou 40 adeptos a descer as bancadas do estádio e a entrar pelo relvado. Até pensei: “será que estes gajos não estão a ver que estamos a treinar?”
Chegaram à nossa beira e mandaram-nos tirar a t-shirt de treino do Leixões. Disseram-nos que não merecíamos vestir aquela camisola, que tínhamos de ter mais respeito. Estava a olhar para eles e a pensar se estavam a falar a sério ou se era a brincar. Depois vi que as coisas realmente eram a sério e comecei a ficar assustado. Felizmente, acabou por não passar disso. Hoje é uma história engraçada de relembrar, mas na altura assustei-me. Vinha do Feirense, que é um clube tranquilo, e logo na primeira semana deparei-me com aquilo. Vi logo que ia enfrentar outra realidade. Mas correu bem, acabámos por nos manter quando faltavam três jornadas para o final e tudo acabou bem. Graças a Deus, senão não sei como teria sido!
É uma história curiosa, mostra como aqueles adeptos vivem o Leixões. É um clube que neste momento passa por uma fase difícil mas que merece outros patamares. Tanto pela maneira como os adeptos vivem o clube como pela estrutura e a história, acho que merece muito mais.
Natural de Guimarães, fez a formação no Vitória e como sénior representou Tourizense, SC Braga B, Feirense, Leixões e Marítimo, onde actua desde 2014.