Sou orgulhosamente prima de José Roquette (somos muitos, os Roquettes!…), ex-presidente do Sporting, que é bisneto do seu fundador: José Alfredo Holtreman Roquette (Visconde de Alvalade). Como é que tudo começou? O filho pediu ao pai: “Dá-me um pedaço da quinta para formar um clube?” Sonhava com um grande clube. Que se cumpriu. Mais tarde, a quinta de família transformava-se no Estádio José Alvalade.
Os sonhos voam alto. Nasceu um grande clube. E o amor à camisola era um hino. Os tempos mudaram. Mas o Sporting continua. Assim como o terreno de família que, ao pisar o estádio, sinto-lhe a alma. Não sou fanática. Que ganhe quem joga melhor. Por isso aqui vai uma história:
Fui com um sócio ferrenho do Benfica, todo vestido de vermelho da cabeça aos pés, ver um clássico Benfica-Sporting. Ele, para me disfarçar, comprou-me à entrada um boné e um cachecol encarnado. Começou o jogo. E o Sporting não parava de meter golos! A cada golo eu levanta-me, de boné vermelho enfiado na cabeça, a berrar: gooooolo!!!!
O meu amigo obrigava-me a sentar, pois era a única sportinguista entre os milhares de adeptos naquela zona. Estes olhavam para mim, baralhados, achando que eu era uma ignorante ou uma tontinha de Arroios! Resumindo: saí dali ufana, sem que águia alguma me debicasse!
Cronista do DN e escritora, guia intérprete, assistente de produção cinematográfica, ficou no imaginário colectivo por ter sido locutora e apresentadora do programa “Agora Escolha”, da RTP.