Há uns anos fui ver o Real Madrid a convite do Jorge Mendes e fiquei num camarote onde estava a família dele e a do Cristiano Ronaldo. O Mourinho era o treinador do Real Madrid e ganharam 6-1 ao Racing de Santander, com quatro golos do Cristiano Ronaldo. Até disse à Dolores e à Katia:
– Agora tenho de vir sempre para ele fazer pokers. Sou pé quente!
No dia seguinte fomos almoçar a casa do Jorge Mendes. Também foi o Paulo Bento, que na altura era o seleccionador nacional, e quando o Mourinho chegou disse-me:
– Epá, ontem ganhámos 2-1!
– Ganharam 2-1?! Então vocês ganharam 6-1 e estás a dizer 2-1?
– Não, não. Nós, o Vitória de Setúbal.
O Vitória de Setúbal tinha ganho 2-1 ao Vitória de Guimarães, então o Mourinho disse-me aquilo.
E a minha ida a Madrid deu-se porque, um dia, a Dona Ermelinda dos vinhos, que é a doutora Leonor, estava a almoçar no Ritz com o marido e telefona-me:
– Ó Toy, acabei de ganhar o prémio do melhor vinho do Mundo, com o Syrah 2005, e o Cristiano Ronaldo está numa mesa aqui ao pé de mim a almoçar com um senhor. Gostava de ir ter com ele e oferecer-lhe uma garrafa. Como sei que o conheces, como é que faço?
Liguei para a Katia, mas não consegui falar com ela e a seguir liguei para o Jorge Mendes.
– O Cristiano Ronaldo está a almoçar no Ritz e a Dona Ermelinda quer oferecer-lhe uma garrafa de vinho porque gosta muito dele, mas não sabe como fazer.
– Então diz-me lá como é a senhora que eu vou ter com ela porque estou aqui a almoçar com o Cristiano Ronaldo.
Proporcionei assim o encontro através do telefone e, no seguimento disto, o Jorge Mendes convidou-me para ir a Madrid ver o jogo e ficar lá a dormir uma noite.
Tenho outra história que acho engraçada. Há uns anos estive num programa na SportTv, de vez em quando convidam-me para ir lá comentar, acho que durante o Mundial de 2010, na África do Sul, e estava lá com alguns catedráticos, porque são pessoas que percebem mesmo de futebol, entre os quais o Domingos Paciência, o Carlos Manuel e o Luís Freitas Lobo.
Eu estava a emitir uma opinião e a “contradizer” o Luís Freitas Lobo. Ele percebe muito mais de futebol do que eu, mas eu disse uma coisa do tipo: “quem está lá em casa e percebe de futebol sabe muito bem aquilo que estou a dizer”. Disse aquilo sem pensar e sem tentar atingi-lo, só que a malta toda riu-se e o Carlos Manuel até se meteu comigo:
– Então tu dizes isso ao Luís Freitas Lobo?!”
Era a mesma coisa que estar a dizer que ele não percebia nada de futebol, ao contrário das pessoas que nos viam em casa, mas claro que a minha intenção não era essa!
Um dos cantores mais conhecidos do país, com mais de duas dezenas de álbuns editados, é também o autor do hino do Vitória (de Setúbal), clube da sua cidade e do qual é adepto.