No ano em que joguei no Benfica tive como colega o Amaral, o coveiro, que era uma pessoa muito engraçada, uma figurinha mesmo. Houve um dia, no Verão, em que o Amaral levou umas bermudas vestidas. O normal no nosso dia-a-dia era aparecerem inúmeras coisas para os jogadores autografarem para os adeptos. Não me lembro quem foi, mas um jogador pegou nos calções do Amaral e juntou ao resto das coisas que tínhamos para assinar. Começámos a autografar e quando chegou à vez do Amaral ele também assinou sem se aperceber que eram os calções dele! Depois colocaram as bermudas no cacifo dele e só nessa altura é que ele viu que estavam assinados, inclusivamente por ele. Nunca mais me esqueci desta história, foi uma risada no balneário!
Mas ele era muito engraçado, fazia um espírito espectacular no balneário. Era muito divertido, não tinha maldade nenhuma. Tinha sempre umas histórias engraçadas. Chegou a contar episódios dos tempos de coveiro. Lembro-me de contar que quando via os mortos com sapatos novos trocava-os por uns velhos. Contava coisas deste género e era super engraçado.
Terminou no Trofense, com 40 anos, uma longa carreira que inclui passagens por Benfica, FC Porto, Boavista, Marítimo, U. Leiria e Famalicão. Jogou também em Espanha, no Rayo Vallecano e Tenerife.