Quando eu andava a brincar, para mim a brincar, nas camadas infantis do Benfica, andei por lá, nós treinávamos muitas vezes contra os mais crescidos. Quando eles se magoavam vinham treinar com os miúdos até para que nós os conhecêssemos melhor e tal. E havia um desses jogadores da primeira categoria do Benfica, o Humberto Fernandes, um dos suplentes do Humberto Coelho e desse pessoal, Continue reading
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Júlio Machado Vaz
Meu Pai era portista e sócio. Jogara nos infantis e era detentor de um pé esquerdo temível, mas os centímetros tinham-lhe virado as costas e o treinador decretara-o incapaz de suportar os choques (quem sabe se não perdemos um precursor do Chalana vestido de azul e branco?). Entalado por sogra, mulher e filho vermelhos – com que prazer utilizo palavra então suspeita… – aceitava o seu estatuto Continue reading
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David Cristina
É fácil fazer pouco dos emigrantes por serem obcecados com tudo o que é português, desde o galo de Barcelos às tunas. É fácil achar esta saudade bacoca, sinónimo de falta de educação. Isto é, claro, até se passar vários anos fora de Portugal como emigrante. Aí chegamos à brilhante conclusão que nem doutorados escapam à doença que é a Selecção nacional para quem vive fora de Portugal. Continue reading
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Chakall
O Maradona ainda jogava, tinha voltado ao Boca Juniors, foi entre 1995 e 96. Eu era crítico de música, também sou jornalista de formação, e na altura quando vinham bandas à Argentina, como era muito amigo de label managers das companhias discográficas e já tinha ligação com a comida, conhecia bons restaurantes, então era convidado a fazer de cicerone. Estive com o Jimmy Page e o Continue reading
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Joaquim de Almeida
Fiz-me sócio do Benfica quando era miúdo. Lembro-me sempre do meu número de sócio, era o 64856. Já me disseram que se pagasse as quotas todas em atraso ficava com o número dois mil e tal. Ia sempre para o terceiro anel com uns amigos que viviam aqui à minha frente e às vezes também com os meus primos. Nessa altura tinha seis ou sete anos, estamos a falar por volta de 1963, e era o Continue reading
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Manuel Alegre
Os primeiros jogos que vi foram na minha terra, do Recreio de Águeda, mas o primeiro jogo importante que vi foi um Académica-Benfica, ainda no Campo de Santa Cruz, nos anos 40, em que houve uma cena da qual nunca mais me esqueci. A certa altura, houve uma agressão recíproca do Faustino, Coronel Faustino, que era o capitão da Académica, e do Teixeira, o marreco, que era do Benfica: Continue reading
Shéu
Quando tinha 18 anos fui convocado pela primeira vez para acompanhar a equipa principal do Benfica. Partíamos numa segunda-feira e nesse mesmo dia tinha a inspecção militar. Perante uma situação destas, o que é que uma pessoa faz? Tinha a inspecção militar, que era uma coisa importante, e estava convocado, que era ainda mais importante. Eu próprio decidi faltar à inspecção militar e fui com Continue reading
Mozer
Quando fui transferido para o Marselha, ao chegar lá, quando começou o campeonato, tinha um colega que era um grande jogador, o artilheiro da equipa, o Jean-Pierre Papin, e em todos os jogos que fazíamos em casa ele dizia-me que ali é que havia pressão, que o estádio ia estar lotado e todo o mundo ia pressionar. E isto acontecia antes de começar todos os jogos, mandava esta historinha para Continue reading
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Fernando Seara
Eu e o saudoso Eusébio da Silva Ferreira, o King, fomos convidados para ir ao aniversário do Santa Clara, em Ponta Delgada. Fomos de avião e o nosso Eusébio começou a contar peripécias da sua vida de jogador, de goleador, de grande avançado do Benfica e da Selecção. E relatou pela primeira vez, segundo ele disse, todas as peripécias do Portugal-Coreia do Norte, do Mundial de ’66. Continue reading
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Nuno Madureira
Não abundam os registos, mas o auge da minha carreira de peladeiro aconteceu em meados da década de 90. Nesse tempo, eu integrava uma lendária ala esquerda da equipa do jornal «A Bola» que, se a memória não me falha – o que é uma forte possibilidade, admito – permaneceu invicta durante 29 partidas consecutivas. Tantas como a mágica Hungria de 1954, mas com um futebol muito mais Continue reading
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Fernando Mendes
Quando estava no Benfica, ainda com o Eriksson como treinador, fomos até ao Canadá numa digressão de final de época. Ficámos lá uns 15 dias e tínhamos jogos agendados com o AC Milan, Marítimo, mais umas equipas. Nestas digressões, depois dos jogos podíamos sair à noite e fazer o que quiséssemos. Como não contava para o Totobola, tínhamos muita liberdade. Não a 100%, Continue reading
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Nelson Rosado
Há muitos anos fui federado em futebol de 11 no Amora. Fui até ao segundo ano de iniciado, era extremo direito. Joguei algumas vezes também a lateral direito, tudo o que era corredor direito era comigo. Era um miúdo que gostava muito de correr, eles diziam que eu tinha velocidade. Foram tempos engraçados, na altura morava no Laranjeiro, perto de Almada, e o clube pagava-me o passe Continue reading
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Pedro Vieira
Esta história passa-se na altura do Mundial de juniores de 1991, que foi mais ou menos por esta altura do ano, se não me engano. Tinha 15 anos e suponho que a escola já tivessse acabado ou que estivesse perto do fim, porque estava numa manhã folgada com malta do meu bairro. Ouvíamos muito a rádio Cidade, creio que nessa altura já não era pirata, era também uma fonte de música, e de repente Continue reading
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Alexandra Lencastre
Como actriz, interessam-me todos os espectáculos que impliquem partilhar ao vivo as emoções com o público e não deve haver espectáculo mais efervescente do que num campo de futebol. Com muita pena minha, o teatro não chega lá perto, por ter um conteúdo mais complexo e transmite mensagens mais profundas, logo é uma arte, não é um desporto. Chega a outro nível, é mais interior e contido. Continue reading
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João Malheiro
Para alguns, cansativamente. Para outros, emocionadamente. Para mim, imperativamente. Disse, digo e direi que antes de saber que me chamava Malheiro, tão-só João, ou Joãozinho na expressão de afecto familiar e de outras origens próximas, já sabia dizer Eusébio, já sabia quem era Eusébio, já venerava Eusébio. Continue reading
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Nilton
Serei talvez o único português que não tem clube. Hoje os árbitros vestem cores fluorescentes, parece que tiveram um desastre ou que o carro avariou e tiveram de vestir o colete, mas durante muito tempo encarei o árbitro e o futebol um bocadinho como a tourada: sempre torci pelo que veste preto. E não tendo clube era a única pessoa em Portugal que verdadeiramente saboreava o futebol porque conseguia Continue reading
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Manuel José
Tenho uma história num Benfica-Belenenses. Jogava no Belenenses emprestado pelo Benfica. O Benfica ia jogar contra o Vasas de Budapeste para a Taça dos Campeões Europeus e pediu ao Belenenses para antecipar o jogo do campeonato, porque naquela altura era preciso a anuência do adversário. E queriam antecipar para sábado porque o Benfica jogava na quarta-feira seguinte com o Continue reading
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