A minha história relacionada com futebol começa muito cedo, vem do divórcio dos meus pais quando tinha cinco anos. Somos três irmãos, três pilas, o nosso programa de fim-de-semana era irmos às Antas. Mesmo com os meus pais divorciados, almoçávamos juntos, isto na altura em que os jogos começavam às 15h00, depois a minha mãe ia com os meus irmãos para a bancada, eu ia para os cativos com o meu pai e foi assim até aos 19/20 anos. Não tenho ido tantas vezes ao estádio como gostaria, mas parece que com o passar dos anos a clubite e o portismo ainda se destacaram mais. Sou sócio do Porto desde 1983 e é o clube do meu coração. Poorto!!
Nas Antas, dos jogos mais marcantes, lembro-me de irmos ver um Porto-Famalicão e o meu pai estar a deixar de fumar. Fizemos não sei quantos remates, 80% de posse de bola e eles no fim foram à nossa baliza, marcaram um golo e ganharam. O meu pai estava mesmo a deixar de fumar, esteve o jogo todo em stress. Foi no início dos anos 90 e esse jogo marcou-me. E depois os 5-0 ao Benfica, claro! Foi um jogo memorável. Não estava lá quando foi o Kelvin, estava a ver num café e também foi o caos, mas nos 5-0 estava lá e é a melhor recordação já do Dragão.
Dos jogos europeus recordo os golos do Benni ao Manchester United. Começámos a perder e depois o nosso grande Benni marcou dois golos. Esse jogo também foi memorável. E em termos de jogadores que idolatrei, em tantos anos a acompanhar o Porto, e não querendo ser muito old-fashion, um que apanhei mesmo no início e no seu esplendor foi o Deco. Espalhou magia no Porto. Claro que há muitos no passado, ainda vi o Madjer jogar, ainda vi o Futre, o Gomes, depois toda a escola de centrais do Porto, podia estar aqui o dia todo a nomear, mas sem dúvida que o Deco foi o que mais me encheu as medidas nos últimos tempos. Tenho saudades de um jogador desses.

Natural de Rio Tinto, Paulo Fernandes formou os Slimmy em 1999. O tema Self Control, do primeiro dos dois álbuns editados, integrou o programa de resumos da liga inglesa da Sky Sports.