Estava eu no meu Campomaiorense, na época 1998/99, clube que jamais esquecerei pelas pessoas que conheci e também por ter sido a minha estreia na primeira divisão nacional. Tínhamos uma grande equipa dentro e fora do campo. O nosso treinador era o mister José Pereira, que tinha ficado no lugar do mister João Alves. O jogo no fim de semana era contra o Benfica, no antigo estádio da Luz, e na 4ª feira seguinte tínhamos um jogo muito importante para a Taça de Portugal. O mister ao planear estes dois jogos deve ter pensado: contra o Benfica fora é extremamente difícil pontuar e o jogo da Taça tornava-se o nosso objectivo principal da época. E assim foi. Colocou alguns jogadores que estavam a ser menos utilizados e guardou outros para a Taça. No balneário, o mister disse: “Sabugo, vais jogar a titular e vais ter a missão de marcar o João Pinto homem a homem. Vá ele para onde for, com ou sem bola, quero-te em cima dele.” Eu pensei: “Meu Deus, que grande oportunidade.”

Começou o jogo e eu saio a jogar com a bola em nosso poder, em ataque organizado, e perdemos a bola junto à área do Benfica. Eles rapidamente lançam o contra-ataque, bola na linha, cruzamento para a área e quem aparece para cabecear?? João Pinto. Eu ainda vinha a recuperar, vejo-o sozinho e penso: “por favor, não! Por favor, não!” Ele envia a bola ao poste, para minha felicidade. Nesse instante, oiço uma voz do banco: “Sabugo, o que estás aí a fazer??” Tentei justificar, mas rapidamente percebi que estava errado. A partir daí, não o larguei mais.

No final sentia-me muito feliz: empatámos o jogo, ganhámos um ponto e recebi os parabéns do meu treinador e dos meus amigos. Na 4ª feira também ganhámos e fomos à final da Taça de Portugal. Momentos que jamais esquecerei.

Formado no Sporting, junto a nomes como Dani, Caneira ou Boa Morte, destacam-se as temporadas na I divisão pelo Farense e esta, onde foi finalista vencido da Taça de Portugal, frente ao Beira-Mar.