Esta história passou-se no início da época que findou agora. Houve a eleição dos capitães do Braga e eu fui o escolhido. Avançando para o primeiro jogo oficial da época, na Suécia, frente ao AIK, e tendo a responsabilidade de ter sido eleito pelos meus colegas, estava bastante nervoso, apesar de não ter mostrado a ninguém.
O Braga tem o seu grito e saiu-me tudo ao contrário, porque o capitão tem de dizer “Somos guerreiros” e os colegas depois seguem. Nem sei onde fui buscar aquilo, “O que é que nós somos?”, e eles continuaram na mesma, fizeram a parte deles. E quando acabou nem dei por nada, só depois quando já estávamos no túnel para entrar é que um ou dois vieram falar comigo e disseram: “O que é que se passou, que não saiu nada daquilo que era para teres dito?”.
Na estreia como capitão tive logo esta história e acho que quando eles a virem também se vão rir, como eu me estou a rir agora. Para mim não teve graça porque, depois de eles me terem chamado a atenção e eu realmente me ter recordado disso, não dormi para aí três noites, só a pensar quando era o próximo grito, para não dizer o mesmo. Agora, passado quase um ano, já dá para rir, eu e eles, como fizeram na altura. Nos dias a seguir não deixaram passar em claro.
O grito foi melhorando, depois o segundo já disse bem mas saiu um bocado mais desafinado e a partir daí também fui ganhando prática. Não é que estivesse a ensaiar em casa, mas já saíram como tinham de sair.
Começou a formação no Sporting e aos 16 anos assinou pelo Arsenal. Passou por Crystal Palace, V. Setúbal, Espanyol, Benfica, Belenenses, Braga e Fulham, com quem acaba de subir à Premier League.