Considero-me de tal modo um verdadeiro apaixonado por futebol, que no momento em comecei a escrever este texto já tinha visto excertos do Inter-Cagliari, Athletic-Real Sociedad, Southampton-Burnley, Wolfsburg-Leipzig e agora estou a ver o Gijón-Valência. Acabei por ver ainda o Villarreal-Celta, o Chievo-Milan e a Académica a tombar o Belenenses na Taça de Portugal. Tenho algumas boas histórias relacionadas com o desporto-rei enquanto adepto e jogador, mas como não sabia qual delas a melhor para vos contar, faço um resumo do top 3:
– A minha carreira de futebolista “profissional” saiu gorada após uma semana de treinos nos infantis do Senhora da Hora. A razão? Descobri que apanhei papeira e teria de faltar ao resto da semana de captações. Quando voltei a falar com o treinador, disse-me para ir treinar com as escolinhas. Acabei por desistir passado um treino.
– Sou adepto benfiquista mas o meu pai é boavisteiro e tenho algumas boas histórias no velhinho Bessa. O meu primeiro jogo de futebol num estádio foi o Boavista-Benfica da época de 1993/1994 Já campeões e no último jogo do campeonato, o Toni colocou no onze muitos suplentes. Fiquei na bancada dos Panteras Negras por trás de uma das balizas e vi o Silvino a defender um penálti. No entanto, o Ricky marca de cabeça na segunda parte e o Benfica perde. Eu, ingénuo, com o apitar para o final da partida, desato a chorar e o meu pai sem saber o que fazer, compra-me um cachecol do Benfica, não minimizando de todo, o meu balbuciar sôfrego por o Benfica ter perdido com um golo do Ricky. O Benfica era campeão na minha estreia em bancadas dos campos nacionais mas nada daquilo fazia sentido. Em 2004/2005 tive mais um momento intrigante no Bessa, ano em que o Benfica voltou a ser campeão 11 anos depois e com Trappatoni ao leme. Tínhamos uma equipa um bocadinho assim-assim onde jogadores como Everson, Paulo Almeida, Delibasic, Karadas ou Amoreirinha pareciam fazer parte da Make A Wish Foundation. Bem, de qualquer das formas estava a ver o jogo junto a um dos camarotes e durante o jogo quando me virei para trás, estava o Paulo Almeida, Carlitos e Everson a devorarem imensos rissóis e salgadinhos enquanto não prestavam atenção nenhuma ao jogo. Ainda consegui tirar uma fotografia ao Paulo Almeida a bater palmas, possivelmente de bucho cheio.
– Tornei-me sócio do Benfica há uns dois anos após um desgosto amoroso. Desde então, ir à catedral é algo religioso em que encontro quinzenalmente os amigos de roulotte e de bancada. Entre muitos momentos, destaco o lance de Pizzi na época passada contra o Vitória de Setúbal, em que desmarca Arnold sem querer. Eu e a “vizinha” do lado, a minha companheira de bancada desde Setembro de 2014, agarrámo-nos instintivamente com toda a força, aos berros, enquanto víamos aqueles segundos intermináveis, desesperados com a possibilidade de podermos empatar nos últimos minutos. Bem, já todos sabemos como acabou, certo?
É distribuidor musical na Popstock! Portugal, comentador no Obrigado, Internet com Pedro Paulos e Fernando Alvim e fundador da página Um Azar do Kralj.