Isto aconteceu ao serviço da selecção de sub-18, na Albânia. Estávamos no meu quarto a jogar às cartas, éramos cerca de meia equipa, cabia lá tudo e mais alguma coisa. Entre cartas e brincadeiras, o Luís Miguel, como era mau perdedor, no final de um jogo atirou-se a mim como um maluco e eu, ao tentar defender-me, fugi de cima da cama para que ele não me apanhasse. Aí fiquei com metade do corpo em cima da cama e as pernas fora. O Luís apanhou-me e pôs-se a saltar em cima de mim e eu a bater com a canela numa tábua da cama. Eu, desesperado de dores, dizia-lhe “Miguel, pára, pára, por favor!” e ele, na brincadeira, continuou. Bem, quando olho para a minha canela já tinha um edema que parecia uma bola de ténis! Lá fui eu pedir gelo para logo desinflamar e tentar ficar bem, pois o jogo era no dia seguinte.
Na manhã do jogo fomos passear para um local calmo, fomos alongar, o mister Queiroz a falar connosco, o bom ambiente do costume, e eu cheio de dores mas calado que nem um rato. Como iria explicar aquela situação? Mas, num determinado momento, o mister pergunta se está tudo bem com todos e se estávamos preparados a 100% para o jogo que se iria realizar ao final da tarde desse dia. Eu hesitei mas tive de falar:
– Mister, eu não estou muito bem. Estou aqui com uma dor muito forte na canela.
E ele:
– Então como é que te aconteceu isso? Ontem estavas bem no final do treino…
E eu:
– Sim, estava, mas magoei-me na cama.
Foi gargalhada geral…
Ele:
– Como assim?
Eu, para não falar na brincadeira com o Luís Miguel, respondi:
– Escorreguei, mister, e embati com a canela na beira da cama.
Bem, mais gargalhada…
Assim foi. Fui para o jogo todo ligado e a rezar para não ter de jogar nem entrar pois nem caminhar conseguia, como iria eu correr? Não joguei, ganhámos o jogo, correu tudo bem, mas foi de facto caricato o que me aconteceu.
Ponta-de-lança internacional pelas camadas jovens, passou cinco épocas na I Divisão ao serviço de Paços de Ferreira, Beira-Mar, Belenenses, Gil Vicente, Salgueiros e Académica.
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