Prefiro jogar a ver jogar! Nunca percebi porque é que há malta que prefere ver um jogo na televisão do que vir divertir-se a jogar à bola. Deve ser porque cansa. Mas há outras coisas que cansam e também são bem divertidas. Que coisas podem ser essas deixo ao meu interlocutor a descoberta.
Todas as semanas jogo à bola. Gosto do jogo de equipa, da confusão e dos desabafos, cansaços. “Passa a bola, ó fuças!”, dizem-me muitas vezes sem carinho, mas eu penso, “as coisas são de quem as ama”. O futebol ajuda-me imenso a relaxar e a evadir-me. Jogo desde miúdo. Joguei no meu Olhanense, até tinha algum jeito, dizem, mas depois também tinha jeito para outras coisas e fui optando. Mas ainda que não tenha apostado numa carreira profissional, continuei sempre a minha carreira de amador.
O autógrafo do Figo e a camisola da seleção do Rui Costa ninguém me tira. E sinto-me muito bem nela. A malta chama-me para jogar e lá vou eu, de caneleiras… e óculos. Às vezes perguntam-me se não me preocupo com os dedos ou lesões. Penso que sim, que me preocupo, mas se me preocupasse demais não atravessava a estrada. E já sabemos o que acontece se não atravessarmos a estrada: ficamos mais seguros, mas não vamos a lado nenhum.
Começou a tocar piano aos quatro anos. No conservatório rapidamente percebeu que preferia a improvisação do jazz, ponto de partida para desafios como o último álbum, Amália por Júlio Resende.