Quando estava em Angola, no Recreativo do Libolo, havia uma grande rivalidade com o Kabuscorp. Eram as equipas mais fortes. O Kabuscorp é uma equipa dirigida por um general angolano com ascendência congolesa. Os congoleses, e não só, também outros povos dali, dos Camarões e da Nigéria, por exemplo, odeiam os albinos. E nós tínhamos um rapaz, que fazia parte da nossa equipa, do pessoal do material, que era albino. Para eles, os albinos é como se tivessem um feitiço, é tipo um bruxo.
Fomos jogar ao campo deles. Os gajos pararam-nos o autocarro e os seguranças, uns grandes macacões, entraram para tentar ver se o encontravam. Mas nada.
Fomos para o estádio, começámos o aquecimento e o rapaz tinha ido na ambulância do clube, que eles não podiam revistar. Abriram a porta, o rapaz saiu e os adeptos deles todos malucos, mas mesmo malucos, a quererem entrar dentro de campo e os seguranças a correrem atrás do miúdo! Entretanto, o nosso treinador, que também era general, meteu o miúdo ao lado dele no banco e ninguém lhe podia tocar.
O presidente do Kabuscorp, o Bento Kangamba, veio pedir para tirar o miúdo do campo, aquilo foi uma grande confusão.
Querendo ou não, e eles tinham uma grande equipa, isto acabou por mexer com eles e ganhámos 2-0. Foi muito engraçado.
No final é que houve uma confusãozinha: entraram dentro do nosso balneário e destruíram-nos as coisas, partiram um iPad e telefones, mas foi uma situação muito engraçada.
O avançado do Belenenses fez toda a carreira no Restelo e tem duas passagens por Angola, onde representou o Recreativo do Libolo, e uma experiência na Holanda, pelo Excelsior.