Tenho muitas histórias à volta do Benfica e do futebol. Lembro-me sempre de uma ida ao Porto aquando da nossa vitória por 2-0, com golos do Nuno Gomes. Fomos daqui de Santa Apolónia de comboio e foi uma viagem completamente alucinante com a claque, fui com os Diabos Vermelhos. Também participei no disco de comemoração dos 20 anos da claque, cantei um tema para eles. Eram 15 carruagens que foram daqui para cima. Ganhámos e, no regresso, além das pedradas que levámos no comboio, puseram um carro a arder no meio da linha! Em vez de demorar as três ou quatro horas que seria suposto, chegámos para aí 12 horas depois porque tivemos de vir pela linha do Oeste.
Isto relata um bocadinho aquela vontade de irmos à bola das maneiras mais incríveis: de comboio, a pé, de carro… Esta foi uma das histórias que vivi e essa vitória no Dragão foi o princípio de uma nova era que o Benfica entretanto continuou.
Tenho também a ida a Inglaterra, naquele golo do Miccoli ao Liverpool. Inesquecível! Vamos num charter para aí às seis da manhã, depois ficamos no centro da cidade a divertirmo-nos, vamos para dentro do estádio e passado um bocado já estamos dentro do avião. Em menos de 24 horas vamos ver um jogo e voltamos. É extenuante. Lembro-me de chegar a casa sempre super cansado mas muito feliz quando ganhamos, como foi o caso. Quando perdemos, a viagem de regresso parece que nunca mais acaba…
Lembro-me de ver a final com o PSV, na qual o nosso querido Veloso falhou aquele penalty. Vi o jogo em casa de uns amigos e ficámos muito tristes, a chorar imenso com a derrota do Benfica! Mas a maturidade trouxe-me outra maneira de ver a bola. Ainda sofro, ainda fico triste, mas não da mesma maneira. À medida que vamos crescendo a nossa paixão vai sendo mais controlada.
Mas felizmente foram mais as alegrias que as tristezas. Lembro-me da vitória sobre o Marselha, com a famosa mão de Vata… Há outra vitória que guardo com muita saudade. Na altura trabalhava num bar de praia, no Meco, e o campeonato estava praticamente entregue. O Benfica ia a Alvalade e se o Sporting ganhasse era campeão nesse jogo. Foi na época 1999/2000. O meu patrão arranjou dois bilhetes e lá para as cinco da tarde disse-me: “tenho aqui dois bilhetes para ir ver o Sporting-Benfica. Queres vir?” Respondi-lhe: “Epá, eu vou, mas se a gente perde é uma grande bronca, ficamos com uma grande cabeça. Mas vamos embora!” Fomos praticamente em cima do começo do jogo, lembro-me que aquilo estava ao barrote, cheíssimo, e conseguimos arranjar lugar para o carro à porta do velhinho Estádio de Alvalade, uma coisa completamente estranha. Entrámos para a nossa língua de adeptos benfiquistas, não éramos mais de 200. Lembro-me perfeitamente que estava uma chuvada incrível e o Sabry dá um beijinho na bola antes de marcar o livre que deu o golo da vitória. Foi uma loucura, parecia que nós é que tínhamos sido campeões nacionais! Duzentos adeptos aos berros e 50 mil melões em silêncio à espera de mais uma semana para serem campeões.
É uma história que guardo com grandes saudades. Fui com o meu patrão naquela do “vamos ver o que isto dá” e deu-nos uma grande felicidade.
Notabilizou-se como apresentador do Top+ e hoje é responsável da Foco Musical – Educação e Cultura, estrutura que se dedica há mais de 18 anos ao ensino da música e pedagogia musical.
na vitoria dos 7.1 tb enchi o papinho,mas foi no fim da época de tanto festejar o campeonato.
Pois eu estava em Alvalade quando o Sporting venceu o Benfica por 7 a 1 . Vou muito poucas vezes ver jogos mas o meu marido que é benfiquista levou.me.. Então enchi o papinho…Como gosto mais de outras modalidades desportivas também tenho muito boas recordações e orgulho-me de ser Sportinguista,