Pelo Marítimo, contra o Beira-Mar, estava a fazer um jogo excelente. Ganhámos 2-1 fora de casa, um jogo difícil, e tive uma participação influente no jogo: participei no primeiro golo e fiz um golo que foi, para mim, o mais bonito que marquei em Portugal. Chutei e a bola foi lá na gaveta!
O golo foi quase aos 70 minutos e, já perto do final do jogo, tivemos um canto. Era o batedor oficial dos cantos do lado esquerdo. Peguei na bola e fui caminhando devagar para queimar tempo. Nisto sobe o meu número na placa para sair e eu já com a bola na mão para pôr no chão. Fiz sinal para esperarem porque ia bater o canto. Pensei em marcar o canto e depois sair. Nossa! Para quê?! O mister Pedro Martins mandou-me sair na hora! Fiquei atrapalhado. “E agora? Ele mandou sair”.
Tinha feito um golo, um golaço, numa vitória difícil fora de casa frente ao Beira-Mar, cheguei ao banco e ele não me disse nada. Ficou danado, nem me deu os parabéns! Nunca mais me esqueço: fui para a flash interview, depois foi o treinador do Beira-Mar e a seguir era o Pedro Martins. Assim que o vi, tirei a camisola e disse-lhe:
– Mister, é para você. Fiz esse golo bonito e queria oferecer-lhe de presente.
Ele pegou na camisola, “obrigado”, assim frio e mais nada!
Na segunda-feira chegou ao balneário e a primeira coisa que disse foi:
– Parabéns pela vitória, mas o senhor Danilo está multado em 50 euros. Nunca mais vais fazer isso! Foi uma falta de respeito comigo e com o teu colega. Estavas a pensar no quê?
– Mas, mister….
– Mister, nada! Ias marcar o canto, o teu colega tinha três minutos para jogar e tu manda-lo esperar? Quem és tu para isso? A partir de hoje quando vires a placa sais e calado!
Aquilo foi marcante para mim. Hoje, sempre que vejo o meu número, posso estar onde for que saio na hora!
Depois de quatro épocas no Marítimo e um ano e meio no União da Madeira, o talentoso extremo brasileiro será reforço do Cova da Piedade a partir de Janeiro.