Estávamos em 2003, tinha 17 anos. Em Maio, em Viseu, fui campeão europeu de Sub-17 por Portugal. Nessa mesma época fui promovido à equipa B do Sporting. Na altura era o jogador mais jovem nesse plantel. Mais tarde, em Novembro, sou pela primeira vez convocado pelo mister Fernando Santos para um jogo amigável pela equipa principal do Sporting, que tinha em disputa a Taça da cidade de Portimão. Era um plantel no qual estavam grandes jogadores, senhores do futebol como por exemplo Pedro Barbosa, João Vieira Pinto, Paulo Bento, Rui Bento, Sá Pinto, entre outros…
A ansiedade era enorme e o nervosismo ainda maior, mal dormi na noite anterior ao estágio para o jogo. Chega o dia e vamos de autocarro para Portimão. A certa altura, a meio da viagem, Paulo Bento (curiosamente veio a ser meu treinador ainda na formação e no plantel sénior do Sporting) vê-me no meu lugar do autocarro muito quieto e sem falar. E pergunta-me: “que idade tens?” E eu, muito baixinho, respondi: “17 anos”. E ele: “mais alto”. E eu disse novamente: “17 anos”. Ele: “17 anos? Não acredito. Mostra-me o teu BI.” Eu mostrei-lho e ele diz: “Como é possível teres 17 anos com essa altura e essa barba cerrada?” Começaram-se todos a rir e eu consegui ficar mais tranquilo e mais solto perante o plantel. Foi a forma como Paulo Bento, um dos jogadores mais experientes do plantel, me integrou junto deles e me fez sentir à vontade. Mais tarde, curiosamente, faço a minha estreia com a camisola do Sporting substituindo o mesmo Paulo Bento na segunda parte do jogo. Foi um dia que nunca mais esquecerei, pela minha estreia e por conviver dentro e fora do campo com grandes jogadores, do Sporting e de Portugal, que sempre foram ídolos.
Fez toda a formação no Sporting, onde marcou sete golos como sénior, dois deles na Liga Europa. Aos 30 anos está sem clube, depois de representar o Oriental, na II Liga, e o Port Vale, de Inglaterra.
Saleiro, o primeiro bebe proveta de Portugal.
Enorme Carlitos