Lembro-me de uma história de quando jogava no Odivelas. Foi num jogo da Taça de Portugal da época 2001/02, o sorteio ditou um Feirense-Odivelas. O nosso treinador era o Daúto Faquirá, com quem trabalhei seis anos. Fomos de estágio para o norte, um dia antes, e ficámos na zona de Ovar.
No domingo, dia do jogo, acordámos à hora que tinha de ser para tomarmos o pequeno-almoço, a rotina habitual, a contarmos que o jogo seria às 16h00. Saímos do hotel por volta das 14h15, o trajecto de autocarro até ao estádio era de uns 15/20 minutos, e a ideia era chegarmos ao estádio cerca de 1h30 antes do jogo. Quando chegámos ao estádio, muito tranquilos, boa disposição, estávamos bem no campeonato, que acabaríamos no 4.º lugar, e confiantes para o jogo, encontrámos um grande aparato de adeptos do Feirense à porta. Estavam muito indignados, a ofenderem-nos, diziam que éramos um clube de Distrital, um clube de bairro, e nós a olharmos uns para os outros: “mas este pessoal está todo maluco ou quê? Já está este ambiente assim?” Foi quando nos apercebemos de que afinal o jogo era às 15h00. Houve ali uma falha qualquer administrativa, se calhar a Federação mudou a hora e ninguém viu o fax, qualquer coisa assim. Portanto, chegámos ao estádio às 14h45 para jogarmos às 15h00, um jogo da Taça de Portugal!
Começámos a correr para dentro do balneário, tudo à pressa, os adeptos a chamarem-nos nomes, e tínhamos praticamente 15 minutos para nos equiparmos, aquecer e ir para o jogo. O Faquirá começa a dizer a equipa muito rápido, “joga este, este, este e este”, tudo a equipar à pressa, nem houve tempo para ligar os pés, para massagens ou para o que quer que fosse, tudo a vestir-se como podia. Lembro-me de irmos para dentro de campo logo com o equipamento de jogo, claro que nem fomos para o aquecimento, e enquanto o Vitinha, que era o capitão, escolhia a moeda junto ao árbitro, estava tudo a aquecer por si, num aquecimento expresso. O que é certo é que chegámos atrasados, foi essa barracada toda, mas ganhámos 1-0 após prolongamento, com um golo do Yoni, e eliminámos o Feirense.
Treinou Sintrense, Atlético e Casa Pia na época passada, foi treinador-adjunto das Filipinas e do Al-Jaish, do Qatar. Regressou a Portugal para comandar o Olhanense, na II Liga.
Grande homem ! O Bruno será a breve prazo um dos nossos melhores técnicos!!!
É por haver historias destas que sigo atentamente esta pagina. Fantastico este relato!
Estás em Olhão é só queremos que percas sempre, podes ser bom treinador mas só te desejo derrotas sempre.
A rivalidade bem presente entre clubes vizinhos no sul do país, o futebol não é só norte. Aconteça o que acontcer FARENSE até morrer 😉
Apoiem o clube da vossa cidade apenas
Que pobreza de espírito…!
De muitos relatos que já li, este é, sem dúvida, o melhor.
Moral da história: os adeptos do Feirense é que são da Distrital e de bairro.
Grande Odivelas! Pena que atualmente não esteja tão forte.
Felicidades Baltazar!