Quando fui para o Estrela da Amadora, na primeira jornada calhou-nos o FC Porto fora. Foi especial fazer a minha estreia logo naquele ambiente. Na época seguinte marquei no Estádio do Dragão e ganhámos 1-0. Foi também o meu primeiro golo a um clube grande. Entrei a uns 20 minutos do fim e antes de fazer o golo até falhei uma oportunidade soberana. Lembro-me que na jogada a seguir o FC Porto faz golo, penso que pelo Hélder Postiga, só que estava fora-de-jogo e foi anulado. E nessa altura senti um enorme alívio. Se eles marcassem depois de ter falhado aquele golo ia ser uma chatice para mim. E passados cinco ou seis minutos, o jogo estava a acabar, houve uma jogada entre o Tiago Gomes e o Marco Paulo, surgiu o cruzamento e eu, numa situação dividida com o defesa do FC Porto, acabei por marcar. É um pouco indescritível depois a sensação naqueles momentos. Acho que ia tirar a camisola, depois já não ia, também era a falta de hábito de marcar a clubes grandes. Era tudo novo, o primeiro golo, mas é uma sensação fantástica. É difícil de descrever, mas são vários sentimentos juntos.
Depois também marquei ao FC Porto em casa, em 2009, ainda pelo Estrela, num jogo da Taça de Portugal que até ganhámos. Foi na meia-final. Mas tínhamos perdido 2-0 no Dragão e só ganhámos 2-1 em casa.
Passados dois ou três anos voltei a marcar no Dragão pelo Nacional e teve um sabor especial porque já estávamos em Janeiro e o FC Porto ainda não tinha perdido oficialmente. Foi na época do Villas-Boas, em que tudo lhes corria de feição, e ganhámos 2-1 para a Taça da Liga. Nesse jogo também entrei, estávamos a perder 1-0 a uns 15 minutos do fim. O primeiro golo foi um lance infeliz do guarda-redes, o Kieszek, depois o segundo foi uma jogada bonita da nossa parte. Foi um movimento, como se diz na gíria, à ponta-de-lança. Se na primeira vez que ali marquei foi fabuloso por ter sido a primeira vez a um grande, na segunda foi o primeiro bis a um clube grande, novamente no Dragão. Sempre que entrava naquele estádio tinha um bom feeling por me ter estreado lá, trazia-me boas recordações.
Também perdi lá. Das derrotas que tive só me lembro de uma. Tive mais, de certeza, mas lembro-me que perdemos 6-0 e o FC Porto foi campeão. Foi na época a seguir a ter marcado lá pelo Estrela. Se o FC Porto ganhasse era campeão, logo o panorama inicial não era bom para nós. Mas sempre que ali jogava a minha confiança e motivação subiam. Jogar contra um grande já é, por si só, um factor de motivação, como é evidente, mas sentia uma estrelinha quando jogava ali, como se fosse um campo talismã, e a verdade é que acabou por ser. Tenho três momentos marcantes lá, dois deles com golos e a estreia na I Liga.
Por cá, representou Torreense, Estrela da Amadora, Nacional, Rio Ave e Portimonense e teve passagens por Irão e Qatar. É delegado do Sindicato dos Jogadores.
Ainda bem lembro da época magnífica nos Júniores do Torreense, que grande equipa essa…
Forte Abraço Amigo camisola 9.