Alexandre Guedes

A final da Taça de Portugal é um jogo que ficará para sempre na minha memória. Estagiámos em Peniche, na véspera do jogo fomos para Lisboa e treinámos no Jamor. No dia do jogo acordámos, fomos dar um pequeno passeio, tudo tranquilo, depois houve uma palestra sobre o adversário. Estava a ser um dia normal, depois fomos para o jogo e começaram aí as emoções.
Quando subimos para o relvado vimos muita gente do Desportivo das Aves e ficámos muito felizes. Nunca pensámos que o Desportivo das Aves levasse tanta gente ao estádio. Para o clube que é acho que foi muita gente. E pronto, sabíamos que tínhamos de aproveitar porque momentos como aquele são raros. Demorei dias para despertar do sonho, as emoções ainda estavam muito frescas. Foram muitas emoções em tão pouco tempo.
Ainda para mais foi frente ao Sporting, ainda houve mais esse elemento. Mexeu bastante comigo. Foi o clube que me formou, que me ensinou basicamente tudo e jogar uma final contra o Sporting é uma motivação extra. E marcar dois golos naquele jogo não estava nos meus planos!
No final fui receber o prémio do homem do jogo e quando chego ao balneário a primeira mensagem que vejo era do Tobias Figueiredo. “Parabéns, mano! Muito feliz por ti, pelo teu êxito e pela vitória de hoje. O prémio que vais receber vais ter de dividir comigo porque acabaste de me lixar o meu”. Comecei-me a rir e liguei-lhe, falámos um pouco. E ele disse-me:
– Epá, fogo, como é que é possível? Acabaste de me lixar um prémio que já dava para muita coisa.
– Olha, é a vida… Amigos, amigos, negócios à parte.
É uma história engraçada, que vou guardar para sempre.


Depois de vários anos na formação do Sporting e de uma passagem pela equipa B, experimentou o futebol espanhol pelo Reus antes de regressar a Portugal, ao Desportivo das Aves. Facebooktwitterlinkedinmail

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