Roberto Rivelino

Como qualquer um de nós, não tive a oportunidade de escolher o meu nome e acho que quem acaba por tomar essa decisão por nós acaba por delinear um pouco do que essa pessoa é ou será. Uma intuição faz-me pensar que o nome tem uma ligação qualquer, ainda por provar, à personalidade do ser que o detém. O meu é Roberto Rivelino – um nome com muita força na boca de quem é apaixonado pelo bom Futebol –, e traçado por uma ironia.
A primeira década do meu irmão foi passada a entreter-se com cassetes VHS de futebol que o meu pai consumia, maioritariamente preenchidas com jogos e momentos do Vasco da Gama e da selecção do Brasil. Nascido em 1958 no Rio de Janeiro e com o peso do nome de Almir – recordem Almir Pernambuquinho, o “Pelé Branco” –, em 1969 trocou o Brasil por Portugal com os pais, deixando carreira no Bonsucesso FC e o sonho de jogar no Maracanã. Trouxe consigo a cultura do futebol bonito e romântico.
Nesse ambiente, o meu irmão, então com oito anos e em frente à TV perante rasgos de genialidade de um canhoto de ‘Patada Atômica’ no Mundial de 1970, atirou: “Roberto Rivellino? É este o nome que quero para o meu irmão, pai”. E assim ficou decidido. Com menos um ‘L’.
Tive de ser registado primeiro no Consulado Brasileiro – o meu pai já conhecia as burocracias por ter passado o nome Almir ao meu irmão –, sendo daí entregue ao destino. Quis este que me apaixonasse pelo entendimento da arte do que é ser guarda-redes e da responsabilidade de defender e evitar o golo adversário.
Em 2003, na festa de apresentação do livro ‘Meu Brasil Brasileiro’, do falecido Duda Guennes, consegui roubar reacções de espanto a Luiz Felipe Scolari e Eusébio ao pedir-lhes as suas assinaturas.


É um analista especializado em guarda-redes com artigos em publicações como Marca, O Jogo, Jornal i, TSF ou Antena 1. É também autor do site O Mundo dos Guarda-Redes. Facebooktwitterlinkedinmail

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Um comentário sobre “Roberto Rivelino

  1. Gostei do que li, o qual transmite uma personalidade vincada e apaixonadamente ligada ao desporto,porventura,geneticamente ligada ao pai um artista da bola e da palavra.
    Há nomes, que podendo ser alterados pela lei portuguesa,com ou sem ironia constituem ou não uma “marca indelével”nas nossas vidas.Parabéns.Abraço.

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