Paulo Almeida

2 de Outubro de 1994. Jogava-se a 6ª jornada, e o Benfica recebia em casa o FC Porto. Como acontecia em todos os clássicos (e também com a maioria dos jogos do campeonato), o meu pai levou-me ao antigo Estádio da Luz para vibrar com este jogo ao vivo. Um jogo que nunca mais irei esquecer pela promessa que fiz a mim mesmo quando terminou.

Se hoje sou o sócio “fanático” que sou, em muito o devo ao meu pai que desde pequenino me incutiu na alma o que é ser benfiquista, o que é sofrer e chorar de alegria e tristeza por algo que é maior que nós, o que significa viver uma paixão que não acaba ou ter um sentimento que não se explica e sentir tudo isto por um um clube de futebol que vive através do nosso amor e dedicação.

Foi um clássico à moda antiga: três expulsões, Paulinho Santos e Yuran do lado do Porto e Hélder do lado do Benfica, lances polémicos para todos os gostos e dois golos. O Porto marcou primeiro. Golo de Yuran de fora da área no seu regresso ao Estádio da Luz. O golo do empate veio de um remate à Isaías aos 44 minutos, um golo que eu só vi na televisão quando cheguei a casa porque o meu pai decidiu sair mais cedo do Estádio para evitar a confusão e porque já não acreditava que o Benfica conseguisse empatar o jogo. Um golo que ouvimos, mal metemos um pé fora do estádio. Uma explosão de alegria que só conseguimos sentir à distância e que me fez prometer a mim mesmo naquele preciso momento, que nunca mais iria sair mais cedo de um jogo do Benfica. Que me fez prometer que iria sempre acreditar e apoiar esta equipa até ao último segundo de cada jogo.

Desde esse dia até hoje, ainda não quebrei essa promessa. E se depender de mim, nunca a irei quebrar.


Uma das forças do humor negro nacional, tem como mais recentes projectos o espectáculo “Ofensivo”, que anda a apresentar pelo país, e o podcast “Então e eu?”, com Vasco Duarte e Rui Cruz. Facebooktwitterlinkedinmail

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6 comentários sobre “Paulo Almeida

  1. História do Porto nos ultimos 100 anos: Kelvin.
    O que vocês vibram com os jogos contra o glorioso lololololol

  2. Tenho o mesmo “trauma” – Sou de Aveiro e vou algumas vezes à Catedral, ou seja, faço quase 300km para cada lado só para ir ver o Glorioso.
    Em 1994 fui ver o Benfica X Bayer Leverkusen com o meu pai..Estávamos a perder 0x1 a 5m do fim e o meu pai para não apanhar a confusão decide vir embora (depois de fazer 300km para ir ver o jogo, decide sair mais cedo por causa da confusão lol)…ainda me lembro de sentir a “explosão” no golo do Isaías aos 91m e eu FORA DO ESTÁDIO!!!! Fiz a mesma promessa…Sair? Só no fim do jogo 🙂

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