Nós temos a mania de andar com aqueles sacos onde levamos o perfume, o shampoo e alguns objectos pessoais, e no balneário costumamos brincar, há sempre aquelas partidas de meter espuma de barbear nos sacos dos colegas.

Um dia, estava no Beira-Mar, acabámos o treino e dei boleia ao Ricardo Sousa. Estavamos sempre com pressa para ir para casa, para não apanhar trânsito, foi depois de um treino à tarde. Fomos no meu carro, levava sempre uns colegas para a Maia, e deixámos o Ricardo em casa, em Aveiro. Quando o deixei, dei a volta para seguir viagem e reparei que ele tinha levado o meu saco, que deixou no chão. E fugiu, meteu-se logo para dentro do prédio.

Saí para apanhar o saco e vi que estava cheio de espuma de barbear e as minhas coisas lá dentro. Passei-me! Peguei no saco e atirei-o contra o vidro da frente do carro! O problema é que tinha um perfume lá dentro e o frasco partiu-me o vidro. Ainda foram 40 contos na altura, mas tinha seguro e lá evitei essa despesa. Fiquei mesmo chateado, de tal forma que os colegas que seguiram viagem comigo – o Avelino, o Rui Manuel e o João Paulo – não disseram uma única palavra a caminho da Maia. Foram calados durante 40 minutos, a fingir que dormiam. Nem olhavam uns para os outros para não se rirem e eu ficar ainda mais chateado!

Não achei nada engraçado na altura, mas hoje já me consigo rir com este episódio. A partir daí, o Ricardo equipava-se e levava logo a roupa para o carro. Uma vez também encontrei umas meias cortadas lá e não gostei muito. Não se brinca com roupa! Mas fazia parte do bom ambiente que tínhamos naquele grupo. Fiquei com essa história engraçada para contar sempre que nos juntamos à mesa.